Bahia é punido por gritos homofóbicos de torcedores em jogo contra o Grêmio

Bahia punido por cantos homofóbicos em jogo contra o Grêmio

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu punir o Esporte Clube Bahia por cânticos homofóbicos de seus torcedores durante a partida contra o Grêmio, válida pelo primeiro turno do Campeonato Brasileiro da Série A. A decisão foi tomada pela 3ª Comissão Disciplinar do STJD, em julgamento realizado na sexta-feira, 6 de maio.

O clube foi enquadrado no artigo 243-g do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e condenado ao pagamento de uma multa de R$ 20 mil. Além disso, o torcedor que gravou o vídeo praticando o ato discriminatório terá seu acesso à Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), proibido por um período de 720 dias.

Cabe recurso da decisão.

Entenda o caso dos cânticos homofóbicos

O episódio que culminou na punição do Bahia aconteceu em abril deste ano, durante a partida contra o Grêmio, na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA). Um torcedor, filmando a arquibancada, registrou um cântico homofóbico direcionado aos torcedores do Grêmio: "Arerê, gaúcho dá o c* e fala tchê". Outros torcedores do Bahia também entoavam a mesma canção.

Diante da situação, a Procuradoria do STJD denunciou o Bahia com base no artigo 243-g do CBJD. O relator do caso, Pedro Gonet, votou pela absolvição do clube, mas os outros três membros da 3ª Comissão Disciplinar optaram pela punição.

Defesa do Bahia no julgamento

Durante o julgamento, a defesa do Bahia argumentou que o fato não foi registrado pelo árbitro da partida, Bráulio da Silva Machado, em súmula. Portanto, em teoria, os cânticos não teriam sido praticados por uma grande parcela da torcida.

O advogado do Bahia , Rodrigo Haebs, também destacou as ações do clube relacionadas ao combate à discriminação. Após o ocorrido, o torcedor que gravou o vídeo foi notificado extrajudicialmente, suspenso por 30 dias do quadro de sócios e advertido que a reincidência implicaria no seu desligamento automático e definitivo do programa de sócio torcedor do Bahia .

"Esse tema é bastante delicado e caro ao Esporte Clube Bahia . O Bahia tem uma preocupação muito grande. Inclusive, existe um departamento de ações afirmativas no clube que visa conscientizar seus torcedores com relação a qualquer ato discriminatório", afirmou Rodrigo Haebs.

O Esporte Clube Bahia , através de sua assessoria de imprensa, informou que irá recorrer da decisão do STJD.

A punição ao Bahia e a proibição do torcedor de acessar a Arena Fonte Nova demonstram a importância da luta contra a homofobia no futebol. É fundamental que os clubes e as entidades esportivas se engajem ativamente na promoção da igualdade e do respeito em seus ambientes.