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Emerson Ferretti: Um Ano à Frente do Bahia e os Desafios Além do Futebol
Por Redação FutBahia em 02/12/2024 04:07
Um Ano de Gestão: Desafios e Conquistas na Associação do Bahia
Há doze meses, Emerson Ferretti assumia a presidência da Associação do Esporte Clube Bahia, um marco na história do clube. A tarefa, contudo, se apresentava complexa. Em 2023, o Bahia havia transformado-se em SAF, vendendo sua estrutura principal ao Grupo City. Para a agremiação esportiva, restava, então, a marca e uma vasta gama de possibilidades ainda inexploradas.
Desde o início de sua campanha, Ferretti manifestou o desejo de expandir a influência do Bahia para além do campo de futebol, incluindo ações sociais e o desenvolvimento de modalidades olímpicas. Como ele mesmo declarou em entrevista recente ao ge, o primeiro ano foi dedicado a um minucioso estudo de viabilidade financeira para a criação de equipes em diversas modalidades.
A instituição já apresenta iniciativas em futevôlei, rally e artes marciais mistas. Porém, a ambição é bem maior, visando a formação de atletas de alto nível e a possibilidade de conquistar medalhas em competições internacionais.
Parceria com o Grupo City e a Busca por Novos Recursos
A relação entre a Associação do Bahia e o Grupo City, detentor da SAF, tem sido, segundo Ferretti, amistosa e colaborativa. Apesar da autonomia da Associação, o Grupo City detém a maioria das ações, influenciando diretamente as decisões sobre o futebol profissional.
A Associação recebe um repasse anual de R$ 2,5 milhões do Grupo City, conforme o contrato. Entretanto, a busca por novas fontes de receita é crucial para o desenvolvimento dos projetos olímpicos. Aumentar o número de sócios e a obtenção de patrocínios são estratégias primordiais nesse sentido.
O aumento das receitas, segundo Ferretti, é fundamental para evitar o endividamento e garantir a sustentabilidade dos projetos a longo prazo. O presidente destaca a importância de um planejamento financeiro rigoroso e a necessidade de aprovação do Conselho Deliberativo para qualquer novo investimento.
Modalidades Prioritárias e o Sonho Olímpico
Vôlei e basquete foram escolhidos como as modalidades prioritárias para os próximos anos. Ferretti revelou o ambicioso objetivo de ver um atleta do Bahia no pódio das Olimpíadas de Los Angeles em 2028. "E dentro desse projeto olímpico nosso sonho, nossa meta, é ter um atleta formado no Bahia ou do Bahia subindo no pódio em Los Angeles", afirmou.
A construção de um Centro Olímpico do Bahia , localizado na Cidade Baixa, é um projeto fundamental para a consolidação dessa iniciativa. A parceria com a prefeitura de Salvador e a busca por leis de incentivo e patrocínios estão em andamento.
Outras modalidades também estão sob análise, incluindo vôlei de praia, basquete 3x3, águas abertas, maratona aquática, boxe, vela, remo e tênis de mesa. A previsão é que algumas dessas modalidades comecem a competir em 2025.
A Gestão e o Desafio do Associativismo
Ferretti compara sua atual gestão com o trabalho realizado no Ypiranga, onde resgatou um clube em situação crítica. A experiência anterior, segundo ele, foi fundamental para enfrentar os desafios da presidência do Bahia , mesmo sem a responsabilidade direta sobre o futebol profissional.
A mobilização dos sócios da Associação é um desafio significativo. A cultura de associativismo ainda não é tão forte na Bahia , o que exige estratégias criativas para atrair e manter o público. Ferretti destaca a importância de oferecer benefícios atrativos e fortalecer a integração entre os sócios.
A mudança no plano de sócios da SAF gerou controvérsias. Ferretti esclarece que, embora a Associação não tenha participado da decisão, buscou o diálogo com a SAF para entender os motivos e buscar soluções para atender às demandas dos torcedores. "Existe uma empresa que é o Grupo City, a decisão sempre fica para eles. O Bahia tem um dono, foi uma escolha do próprio torcedor, que aprovou com quase 99%, e vai ser assim nos próximos 90 anos", explicou.
Liderança e Visibilidade: Um Marco para o Futebol Brasileiro
Emerson Ferretti é o primeiro presidente assumidamente gay de um grande clube brasileiro. Ele reconhece a importância desse marco e a repercussão na mídia, destacando que busca ser reconhecido pelo seu trabalho e não apenas por sua identidade.
?Todas as pessoas LGBT no futebol precisavam se esconder para sobreviver, eu fui um deles. Precisei esconder essa condição a vida toda, e a partir do momento que tem a coragem e falar, você lança luz sobre o assunto, encoraja outras pessoas, mostra que as pessoas LGBT's podem estar no futebol e serem tão competentes quanto as outras?, afirma.
Ferretti finaliza sua entrevista com uma mensagem de confiança no trabalho realizado e um apelo para que a torcida continue apoiando os projetos da Associação, além de se engajar nas novas modalidades esportivas que estão por vir. Ele reitera a importância do trabalho social do clube e a necessidade de uma visão abrangente que transcenda os resultados do futebol.
"Confiem no trabalho. Sei que há uma demanda muito grande por causa do futebol. Tudo que a gente percebe que é necessário discutir com a SAF, para que as coisas no futebol andem, a gente tem feito. Mas a gente tem uma missão para além do futebol e quer muito que o torcedor do Bahia tenha outras alternativas para torcer pelo clube. E o torcedor tem que confiar, torcer, estar presente, assim como estiveram na corrida de rua, que foi um sucesso. A gente vai ter modalidades olímpicas, espero que prestigiem e gostem deste início de trabalho que está sendo desenvolvido."
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