1. FutBahia

Violência e Ameaças: Um Padrão Inaceitável no Futebol Baiano

Por Redação FutBahia em 06/11/2024 18:27

A Cultura da Violência no Futebol Baiano: Um Problema Endêmico

A imagem do boneco com o rosto do técnico Rogério Ceni com uma corda amarrada sendo arrastado pelas ruas de Salvador, na madrugada da última terça-feira, pode ter causado indignação e tristeza. Mas não deve ter surpreendido quem acompanha os episódios envolvendo torcedores tricolores nos últimos anos.

No futebol brasileiro, os protestos de torcedores em momentos de resultados ruins dos times são rotineiros. Mas, no Bahia, muitas vezes, os episódios extrapolam o campo e se materializam em violência. Todos, claro, liderados por uma minoria de torcedores que causa terror na mesma proporção que se mantém impune.

1 de 2Boneco com rosto se Rogério Ceni ? Foto: Redes sociais Boneco com rosto se Rogério Ceni ? Foto: Redes sociais

Ataques e Ameaças: Um Histórico de Impunidade

O episódio mais grave aconteceu em fevereiro de 2022, quando a delegação do Bahia sofreu um atentado a caminho de um jogo pela Copa do Nordeste. Dois jogadores ficaram feridos, entre eles o goleiro Daniel Fernandes, que foi hospitalizado e correu o risco de perder a visão. Quase três anos depois, ninguém foi preso.

Não são raros também os episódios de violência nos embarques e desembarques do time. Em julho de 2018, um protesto no aeroporto de Salvador, após empate com a Chapecoense que manteve o Bahia na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, acabou em agressão. Após insultar, um torcedor tentou agredir o então zagueiro tricolor Everson, que desferiu um soco de revide.

Em fevereiro de 2023, após goleada por 6 a 0 para o Sport, o atacante Vitor Jacaré reagiu após ser cobrado com tapas nas costas.

Em outubro de 2023, durante momento que a equipe brigava contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, os jogadores foram hostilizados no embarque para partida contra o Goiás. Depois meses depois, após derrota para o lanterna e já rebaixado América-MG, por 3 a 2, os atletas foram cercados e precisaram ser escoltados por policiais militares, que realizaram disparos para dispersar os manifestantes .

Ainda em meio a luta contra o rebaixamento no ano passado, a Cidade Tricolor teve os muros pichados com ameaças de morte ao diretor de futebol Carlos Santoro e cinco jogadores do elenco: Kanu, Vitor Hugo, Cicinho, Ademir e Everaldo. Sacos pretos com os rostos dos seis, que continuam no clube, foram deixados na parte externa do centro de treinamento.

Tentativas de Diálogo e a Impunidade Persistente

2 de 2Organizada se reúne com dirigentes e técnico do Bahia ? Foto: Redes Sociais Organizada se reúne com dirigentes e técnico do Bahia ? Foto: Redes Sociais

Como normalmente acontece no Brasil, o Bahia também já se reuniu com torcedores para apaziguar os ânimos. Em novembro 2023, por exemplo, líderes do elenco do Bahia e o dirigente Cadu Santoro se reuniram com integrantes da maior organizada do clube para ouvir as cobranças. Movimento que também já aconteceu com a presença do técnico Renato Paiva, antecessor de Rogério Ceni, que também chegou a ser principal alvo de protestos.

A torcida organizada em questão tem membros investigados pela polícia no ataque ao ônibus do clube. E um dos quatro homens denunciados esteve em uma das reuniões com dirigentes e jogadores do Bahia.

Na última terça-feira, o Bahia emitiu uma nota na qual manifestou repúdio às ameaças e afirmou "que aqueles que forem identificados como responsáveis por atos de violência ou ameaça serão submetidos às medidas judiciais e policiais cabíveis". Contudo, até aqui, nos casos de violência citados neste texto, ninguém foi responsabilizado.

As Consequências da Violência para o Futebol Baiano

Após o último jogo contra o São Paulo, Rogério Ceni evitou comentar as ameaças, mas lamentou o episódio. O treinador preferiu avaliar o que acontece dentro de campo, com as vaias durantes as partidas e que, na visão dele, mais atrapalham que ajudam.

- Eu lamento o episódio. Não vou fazer comentários sobre o episódio em si. O torcedor fica chateado, triste, vaia. Me coloco no lugar do jogador, por mais que você erre, acho que é de direito do torcedor, mas durante o jogo? lamento muito, queria o torcedor feliz, sei que estamos devendo resultados, mas essa via não vai ajudar. Os jogadores sentem. A única coisa que eu digo é que durante o jogo, se você começar a vaiar Cauly, Jean Lucas, qualquer jogador, ela não vai favorecer a gente. Não vai fazer que o jogador execute melhores movimentos. O jogador acaba sentindo bastante durante o jogo. A gente já tem muita dificuldade. Precisamos da ajuda do torcedor para fazer os pontos necessários - disse Ceni.

Certo também é que nenhum dos episódios de cobrança significou mudança de rumo dentro de campo. Na última terça-feira, após ameaças, o Bahia perdeu por 3 a 0 para o São Paulo, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova. E diante deste histórico, a expectativa é de que os próximos dias sejam agitados no clube.

Curtiu esse post?

Participe e suba no rank de membros

Comentários:
Recentes:
Bruna

Bruna

Nível:

Rank:

Comentado em 06/11/2024 22:48 É isso mesmo, gente! A técnica e a tática têm que melhorar, mas sair intimidando os jogadores não vai ajudar em nada. Vamos parar com essa violência e apoiar o time da maneira certa. Força, Bahia! Kkkkk
Vitor

Vitor

Nível:

Rank:

Comentado em 06/11/2024 20:38 Aff, mano, tá complicado esse ano, mas ainda acredito que a gente consegue reverter. O time precisa de nossa força e apoio, não de ameaças! Vamos pra cima, Bahia! Vai dar certo! rs
Ranking Membros em destaque
Rank Nome pontos